Celebra-se hoje o "Dia da Internet Segura"
A Google lança nesta efeméride um espaço destinado às famílias e à relação das crianças com a Internet de uma forma adequada, tendo como parceiros investigadores e a Comissão Nacional de Proteção das Crianças e Jovens (CNPCJ).
O Centro de Segurança Familiar da Google, já existente noutros países, é hoje apresentado em Portugal, no Dia Europeu da Internet Segura.
Segundo a Google, a ideia é, em cada país, haver uma série de vozes que apresentem aos pais algumas sugestões e indicações sobre como é que podem ajudar os filhos no uso da Internet.
Quando se decide ser pai ou mãe, quer essa decisão seja prévia à conceção quer seja posterior, não se decide em relação a cada gesto e cada ato que essa nova relação vai exigir ao longo de toda uma vida em conjunto.
É por isso necessário que em cada circunstância se renove o ideal inicial em que cada um gosta de se rever: tudo fazer para que nada moleste aquele pequeno ser que é também uma espécie de nosso prolongamento.
No entanto, ao longo da vida há muitas circunstâncias que vão surpreender os pais e desafiar a sua capacidade de adaptação para poderem acompanhar os filhos.
Quem hoje tem quarenta anos passou pelo boom da internet e viveu-o com o entusiasmo das coisas novas que sempre distinguem os tempos que passam dos tempos ultrapassados dos pais.
No entanto, nunca imaginaram na altura poder assistir a todas as revoluções tecnológicas que permitiram passar da partilha de texto simples à disponibilização de todo o tipo de conteúdos multimédia.
E esses conteúdos não são inócuos.
Por isso, os filhos dos que hoje são quarentões e começam a assumir responsabilidades parentais vêm-se abraços com um problema gigantesco.
A correta educação dos filhos exige aos pais uma atenção especial aos conteúdos informativos a que aqueles acedem e aos processos interativos que os mesmos estabelecem com o meio em que vivem.
Sabendo que grande parte da população portuguesa tem acesso à internet 24 sobre 24 horas em suas casas, importa estabelecer critérios, munir-se de ferramentas e assumir comportamentos perante o mundo da internet que minorem as graves consequências que uma utilização não vigiada pode promover.
A atitude permissiva e laxista leva normalmente a situações muito complicadas.
A atitude repressiva e extramente controladora, desperta curiosidades indevidas e alimenta comportamentos de espreita de oportunidades para conseguir furar o esquema de limitações de liberdade.
A atitude mais correta é a de controlar discretamente os acessos e, sobretudo, acompanhar os filhos na sua iniciação à internet e na navegação neste novo mundo.
Para isso, os pais terão de buscar, eles próprios, conteúdos e sites interessantes e que promovam a interação com as crianças, entusiasmando-as em relação aos conteúdos que realmente podem ser uma mais valia.
Ao mesmo tempo, alertarão para a necessária discrição em relação à disponibilização de informações pessoais e familiares na net.
Os conselhos que os pais de antigamente davam aos seus filhos para evitarem as má companhias, terão de adaptar-se. Hoje as más companhias entram na própria casa. Comem à mesma mesa.
Daí que o comportamento dos pais não possa limitar-se a evitar que os filhos se aproximem dos potenciais perigos. Importa que desde muito cedo cultivem com as suas atitudes e palavras critérios sólidos de seleção e interação com os conteúdos da internet.
Nunca haverá uma internet totalmente segura. Dependerá dos cidadãos segurarem-se perante a internet que sempre terá conteúdos e táticas agressivos e invasivos da privacidade.
Com os melhores cumprimentos,
O Secretário Geral da Acra
Mário Agostinho Reis